Wednesday, January 30, 2008

enquanto dormes
eu desenho

enquanto acordas
eu adormeço

enquanto escreves
eu durmo

até manhã...

Thursday, January 17, 2008

O quarto Crescente

O Sr. Singular

Quando o Sr Singular abriu a carteira e descobriu que a sua consciência mudará, pensou que esse mesmo dia nunca mais ia ser o mesmo .

Estava no lugar que costumava estar normalmente, no dia anterior estava ali, e pensava à cinco minutos atrás que iria estar ali amanhã. Podia ser um momento Dandi que o iria retirar daquele lugar no dia seguinte, mas o acaso decidiu que fosse um momento sem uma nomeação particular; aquele momento que o tornara na pessoa que ele é hoje foram , para o Sr Singular o momento único que nos distingue da vida anterior. Então com esta consequência consumada o Sr Singular partiu daquele momento para o momento seguinte , na incógnita de não saber qual seria ele.

Thursday, January 10, 2008

Imagem a contextualizar #03

para ver imagem...
www.luiselmau.blogspot.com



Ainda não foi hoje que choveu. Ainda não é hoje que vou poder finalmente abrir este guarda-chuva que me acompanha desde que o caminho começou.
No dia em que encontrei este chapéu , foi sem duvida o mais feliz da minha vida, de criança feito adulto. Já utilizei o chapéu para me proteger do sol e das bombas, já me protegeu da noite e dos palhaços que assaltam crianças durante o escuro. toda a gente os vê, mas ninguém fala deles.
Ninguém...
Este ninguém que me deu um chapéu preto, da cor dos meus sapatos castanhos, um chapéu que é só meu porque é do meu tamanho, e porque os pés dos outros , não se molham nesta chuva de ninguém.
Vou continuar a andar até encontrar a chuva colorida , longe deste mundo de pernas fugidias , carregadas com os sacos de outros monstros, que eu não vejo porque mais ninguém vê. Eu e o meu chapéu vamos sozinhos, encostados a este país demasiado grande para o meu casaco.
O meu pai levou outros casacos para outro sitio, a minha mãe dança á chuva sem chapéu.
Eu vou, ele também vai, cada um vai para o sitio que os botas mandam, eu não vou para lado nenhum, porque ninguém me vê, vou andando á procura da chuva.

Sentei-me na neve e abri o guarda-chuva, criou-se um iglo que me escondeu dos palhaços de sapatos grandes, escondi-me no escuro deste branco que me cobre... Ainda não chove, ainda não vi ninguém...