As vezes ainda não acordo aqui... Estou numa cidade distante, perto do Porto e interrogo-me porque é que não vou mais vezes a Lisboa, fim-de-semana sim, fim-de-semana não...
As vezes acordo e lembro-me que a distancia é maior do que o comprimento dos meus pés…
As vezes sento-me no meio da multidão e observo-lhe os pés e o calcado, a ver-lhes a alma, entender o que eles comunicam, farto-me de os ouvir, de os não compreender, de ate não os criticar, canso-me até de não os ver.
As vezes o misturado torna-se em misturas de palavras banais, and myself and I become a new identidade…O tchau e o adeus escolhem entre eles a vontade de serem pronunciados, you choose, txus.
As vezes tento acordar na hora banal e considerar o ritual e o jogo com menos exactidão…
Começou quase a meio da tarde, uma multidão enchia o rectângulo azul de pequenos pixeis, desapareciam em explosões de branco, saltavam cada vez mais alto. O verde era so verde… Depois de repente encontro-me dentro do computador em mergulhos constantes; pequenas apreciações á borda de agua…Gestos repetitivos de quem não se perde, de quem não se engana, de quem passa e repassa pelos mesmos olhares…Juntou-se a companhia, o outro lado que nós procurava-mos ; la longe mais alguém que não pode vir, começou, hoje mais distante do que ontem, quase que se ficava ali pela tarde, ate quase acabar no mesmo sitio, desta vez mais cedo…Quase em casa, em companhia dos sons, dos agudos, na companhia necessária para ali estar , um pouco mais dançante, um pouco mais perto do jogo que se desenrola nos olhares movimentados da multidão. Ainda não acabou…Está quase…Ouço o som mecânico lá longe, cada vez mais perto…